Tocava piano, violão, teclado e acordeon. Cantava em português, francês e italiano, dando preferência as músicas de Luciano Bruno. Com sua mãe aprendeu a fazer renda portuguesa. Mais adiante fez um grande panô para atender ao pedido do desembargador Flávio Rodrigues Silva. Costurava vestidos para netas e filhas e jalecos para eu usar no meu consultório dentário,e fez o manto da imagem de Nossa Senhora de Aparecida, esculpida em um só bloco de cedro pelo escultor Alceu Freire que a nós foi ofertada. Fazia versos e os declamava como faziam os poetas, tendo como de sua autoria o verso"Antítese" e "Ele e Ela". Fazia telas, sendo laureada, pelo Clube Naval, por ocasião, das Comemorações do 5° Centenário da América. Fez também vinte pequenas telas que presenteamos a amigos. Possuía espírito religioso. Me ajudava passando noites em claro na oficina de próteses, em nossa residência, esculpindo dentaduras e todos os dias colocava flores na sala de espera do consultório.
Melucha foi uma extraordinária filha, irmã, amiga, mãe, avó, bisavó e modelar esposa, sempre lembrando de todos. Ela não foi só uma mulher, foi uma convulsão da natureza. Meu espírito é como era da Melucha, ter Jesus e Nossa Senhora no caminho de todos.
Aos 93 anos uma das minhas tristezas é ver o Altar de São Sebastião ser abandonado.
Uma grande tristeza é sair do Planeta sem ver a corrupção banida.
Além das viagens no exterior e no Brasil, conhecemos as Dunas de Genipabu, Holambra, Atibaia e Cachoeira de Paraguaçu.
Melucha veio ao mundo no dia 22 de junho de 1923 e subiu a eternidade no dia 19 de novembro de 2013. Não vejo mais sem ela sentido a minha vida, por isso espero em pouco tempo que eu esteja junto a ela. Beijos!
Momento em que, no final de setembro de 2001, Melucha entregava o livro de minha autoria "Lembrança do Rio de Janeiro" à Irmã da Fundação N`há Chica. (2001).
NHÁ CHICA NATURAL DE BAEPENDI
Atendendo ao convite de Frei Jacinto de Palazzolo, da ordem dos Capuchinhos, eu e Melucha nos dirigimos à cidade mineira de Baependi diversas vezes, assim, tenho do lugar boas memórias. É a cidade em que Francisca de Paula de Jesus, conhecida por NHÁ CHICA, viveu desde criança, sendo o local de muita devoçao a essa filha e neta de escravos, grande devota de Nossa Senhora da Conceição.
Todos morando em Belo Horizonte.
Outra querida irmã de Melucha, Josephina Noronha Pacheco ( chamada de Fifina ), e tenho em alta conta com seu marido Ney Rangel, meu inesquecível amigo, e não deixo de me recordar de seus filhos, meus sobrinhos, com carinho: Gisele Noronha Pacheco Romano, Fausto Rangel Pacheco, Marco Aurélio Rangel Pacheco e Luiz Gustavo Rangel Pacheco.
Todos morando em São Paulo.
MELUCHA E EU NO RIO AMAZONAS
Quando nos casamos ela pintou várias telas, sobre nossa cama figurava uma tela de flores. Promoção do Clube Naval durante o V Centenário da descoberta da América foi laureada por outra tela que será entregue ao Barra Mares. Pintou, também, 20 telas menores sobre o Rio de Janeiro que foram doadas a amigos.
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