sexta-feira, 12 de junho de 2015

Melucha mais que uma mulher, uma convulsão da natureza.

Melucha e eu na escola Municipal Bolivar no Engenho de Dentro, cujas diretoras eram Adosinda de Jesus e Maria Amélia de Souza Carvalho, fizemos o curso primário, juntos e toda semana o melhor aluno hasteava a Bandeira Nacional e ela o fazia seguidamente. Mais adiante o pai transferiu-se para Belo Horizonte, onde ela teve que estudar o curso Normal, no colégio Sacre-Coeur de Marie. Melucha nunca teve nota inferior a  9,5. A guerra terminou em 1945 e nos casamos em 1946. Melucha durante 64 anos me deu um belo Casal de filhos e graças a Deus, igualmente, respectivos cônjuges, matriarca de extraordinária família, foi o sustentáculo para que eu pudesse realizar uma abençoada trajetória.
 Tocava piano, violão, teclado e acordeon. Cantava  em português, francês e italiano, dando preferência as músicas de Luciano Bruno. Com sua mãe aprendeu a fazer renda portuguesa. Mais adiante fez um grande panô para atender ao pedido do desembargador Flávio Rodrigues Silva. Costurava vestidos para netas e filhas e jalecos para  eu usar no meu consultório dentário,e fez o manto da imagem de Nossa Senhora de Aparecida, esculpida em um só bloco de cedro pelo escultor  Alceu Freire que a nós foi ofertada. Fazia versos e os declamava como faziam os poetas, tendo como de sua autoria o verso"Antítese" e "Ele e Ela". Fazia telas, sendo laureada, pelo Clube Naval, por ocasião, das Comemorações do 5° Centenário da América. Fez também vinte pequenas telas que presenteamos a amigos. Possuía espírito religioso. Me ajudava  passando noites em claro na oficina de próteses, em nossa residência, esculpindo dentaduras e todos os dias colocava flores na sala de espera do consultório.
Melucha foi uma extraordinária filha, irmã, amiga, mãe, avó, bisavó e modelar esposa, sempre lembrando de todos. Ela não foi só uma mulher, foi uma convulsão da natureza. Meu espírito é como era da Melucha, ter Jesus e Nossa Senhora no caminho de todos.

 Aos 93 anos uma das minhas tristezas é ver o Altar de São Sebastião ser abandonado. 

Uma grande tristeza é sair do Planeta sem ver a corrupção banida.

Além das viagens no exterior e no Brasil, conhecemos as Dunas de Genipabu, Holambra, Atibaia e Cachoeira de Paraguaçu.

Melucha veio ao mundo no dia 22 de junho de 1923 e subiu a eternidade no dia 19 de novembro de 2013. Não vejo mais sem ela sentido a minha vida, por isso espero em pouco tempo que eu esteja junto a ela. Beijos!

Momento em que, no final de setembro de 2001, Melucha entregava o livro de minha autoria "Lembrança do Rio de Janeiro" à Irmã da Fundação N`há Chica. (2001).


NHÁ CHICA NATURAL DE BAEPENDI

Atendendo ao convite de Frei Jacinto de Palazzolo, da ordem dos Capuchinhos, eu e Melucha nos dirigimos à cidade mineira de Baependi diversas vezes, assim, tenho do lugar boas memórias. É a cidade em que Francisca de Paula de Jesus, conhecida por NHÁ CHICA, viveu desde criança, sendo o local de muita devoçao a essa filha e neta de escravos, grande devota de Nossa Senhora da Conceição.



O Amor de 80 Anos, Espontâneo e Recíproco



Recordo-me com carinho da irmã de Melucha, Terezinha Noronha Moreira, casada com Anélio Moreira, de excelente valor cultural, grande aficionado pelo jogo de xadrez.Nutro grande afeição, também, por seus filhos, meus sobrinhos: Eduardo Noronha Mendonça, Arnaldo Noronha Mendonça, Agostinho Dario Noronha Moreira, Ricardo Augusto Noronha Moreira ( precioso afilhado), Mary Margareth Noronha Moreira, Anélio de Abreu Moreira Filho e Carlos Fernando Noronha Moreira.
Todos morando em Belo Horizonte.
Outra querida irmã de Melucha, Josephina Noronha Pacheco ( chamada de Fifina ), e tenho em alta conta com seu marido Ney Rangel, meu inesquecível amigo, e não deixo de me recordar de seus filhos, meus sobrinhos, com carinho: Gisele Noronha Pacheco Romano, Fausto Rangel Pacheco, Marco Aurélio Rangel Pacheco e Luiz Gustavo Rangel Pacheco.
Todos morando em São Paulo.    
       










MELUCHA E EU NO RIO AMAZONAS





Quando nos casamos ela pintou várias telas, sobre nossa cama figurava uma tela de flores. Promoção do Clube Naval durante o V Centenário da descoberta da América foi laureada por outra tela que será entregue ao Barra Mares. Pintou, também, 20 telas menores sobre o Rio de Janeiro que foram doadas a amigos.

Com muita saudade, após 73 anos de união, com amor, fiz esse livreto em homenagem à minha querida esposa Melucha.
















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