segunda-feira, 21 de março de 2011

MONUMENTO-ALTAR A SÃO SEBASTIÃO

Em meio a década 50, quando sentimos que se nos deparava o ano das comemorações do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, 1965, com o ponto alto no dia 1º de março, data em que foi fincado, por Estácio de Sá, o marco de granito – com o brasão da Coroa portuguesa em baixo relevo – na faixa de praia entre o morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, um grupo dedicado às grandezas e belezas pátrias, principalmente a esta Orla banhada pelo Atlântico, robusteceu o propósito de ver um monumento ao Padroeiro da Cidade em praça pública, já que a imagem a esse Santo mártir era venerada na entrada do Palácio da Prefeitura, que ficava no lugar em que, desde 1941, na altura da Praça  da  República, passa  a  Av. Presidente Vargas.

A imagem de São Sebastião foi levada para o Museu da Cidade, na Gávea. Ela fora esculpida pelo carioca Francisco Manuel Chaves Pinheiro, nascido em 1822, ano da independência do Brasil.
Algumas raras iniciativas ficaram no rastro do tempo, até que, em 1962, por iniciativa do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, presidido pelo jornalista Manoel Paulo Filho, foi instalada a Comissão Executiva para erigir o Monumento-Altar a São Sebastião, no Salão, do primeiro andar da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, na rua Uruguaiana, nº 77. Eram, respectivamente, secretário geral e 1º secretário do Instituto, o general Jonas Correia Filho e o professor Ariosto Berna. Ambos marcaram a instalação para o dia  20 de Janeiro, com vistas a 20 de Janeiro de 1965.

Dom Jaime de Barros Câmara, que previamente fora convidado para presidir a sessão solene e a Comissão havia chegado em companhia do Frei Jacinto de Palazzolo, Superior da Ordem dos Capuchinhos de São Sebastião.
Estavam  presentes além dos mencionados, os Srs. desportistas Silvano Otávio Fernandes de Brito e juiz (do TRT) Moacir Ferreira da Silva, que representavam a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) e o Tribunal Superior de Justiça Desportiva. O Clube Municipal se fazia representar pelos doutores Alberto Wolf Texeira, Jorge Geraldo Siqueira de Moraes e Allah Batista; o brigadeiro Gerardo Majella Bijos estava como presidente da Academia Brasileira de Medicina Militar.

Ao ouvir a leitura da ata pelo professor Ariosto Berna, secretário do IHGRJ, órgão promotor do Movimento, fui surpreendido com a indicação do meu nome e a consequente aclamação para secretário-geral da Comissão, que passaria a ter autonomia, embora com justo vínculo ao IHGRJ. Tentei justificar minha impossibilidade de assumir essa responsabilidade. Meu tempo era muito escasso; no entanto, os aplausos sufocaram meus argumentos e não houve outra alternativa.

De berço cristão, não medindo esforços para bem servir, aliado ao hábito da disciplina, trazida de berço e robustecida nos preparativos para a II Guerra Mundial, na EIM 185 e no CPOR, quando às 6 horas da manhã eu já me encontrava em forma e, depois, como Aspirante e 2º Ten. R/2, otimamente colocado, em ambos, conforme documentação em meu poder, aceitei o desafio e, ao final, cheguei a redigir noventa e nove atas. 
Chegaram pouco depois de Sua Eminência, seus dois secretários, monsenhores Francisco Bessa, para Assuntos Religiosos, e Ivo Calliari, para Assuntos Administrativos.




Monsenhor Francisco Bessa










Dom Jaime de Barros Câmara   










Monsenhor Ivo Calliari







A diretoria do Instituto havia decidido que a Comissão teria mais dois presidentes, com as mesmas responsabilidades, e os convidou: o presidente do Instituto, jornalista M. Paulo Filho e o vice filólogo Antenor Nascentes, e o marechal Ângelo Mendes de Moraes, que quando prefeito do Distrito Federal construiu o Estádio Maracanã, em 1950, e enviou à Itália determinada quantia para a construção de uma Imagem de São Sebastião, importância que retornou ao Brasil, a pedido da Comissão Executiva que nessa altura dispunha de uma Comissão de Finanças, presidida pelo doutor Nélson Mufarrej, Secretario Geral de Fazenda do Estado da Guanabara (época em que criou “seu talão vale um milhão”) e do então IPERJ; e uma Comissão de Arte, presidida pelo professor Alberto Lima, Chefe do Laboratório Fotocartográfico do Exército, mestre em heráldica, um expert em brasonismo, jornalista e luminar em ilustrações de Obras culturais.

As reuniões começaram a ser frequentes, a maioria sob a presidência de Dom Jaime. À sua direita, sentados, o general Jonas Correia Filho e à sua esquerda o professor Antenor Nascentes. Em pé, o jovem Pedro Paulo Berna (com lenço no bolso). Para a lavratura da Ata, eu estava sentado à mesa do lado oposto a Sua Eminência.


VISITA DA COMISSÃO AO CARDEAL NO SUMARÉ


Convidadas as diretorias do IHGRJ e da Comissão, por sua eminência Sr. cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, para visitá-lo no Sumaré, sua residência, lá estivemos, tendo eu aproveitado para fazer a foto em que aparecem, no gabinete de Dom Jaime, o Prof.  Sylvio Salema Garção Ribeiro, o Gen. Jonas de Morais  Correia Filho, o Prof. Nélson Costa, o Prelado anfitrião; mais atrás o Dr. Paulo Amora - assessor do Governador Carlos Lacerda,  o Dr. M. Paulo Filho e o Prof. Ariosto Berna.

Não há necessidade de se fazer um desses inquéritos de opinião para se saber que os três santos mais venerados pelos cariocas são Santo Antônio, São Jorge e São Sebastião. E isso vem de longe, com os primeiros povoadores da cidade. Rara é a casa em que não tem a imagem de um deles, quando não dos três. Sobretudo, se o lar é humilde, ainda que seja num barraco de morro. Mesmo nos terreiros de macumba, eles estão sempre presentes, o que demonstra uma popularidade que extravasa às próprias fronteiras da Igreja. Há detalhes que os identificam, embora pouco divulgados. Todos esses santos estão ligados à defesa militar do Rio de  Janeiro, apesar de quase toda gente julgar que, deles, São Jorge é o único santo guerreiro. Santo Antônio, por exemplo, tão invocado pelos pobres e mais ainda pelas moças que sonham com o anel de noivado, é oficialmente capitão do nosso exército, tendo tido soldo regular e o nome fixo no almanaque militar.
Segundo a lenda, São Sebastião apareceu como combatente na Batalha das Canoas, que resultou na expulsão dos franceses, que já contavam com o apoio dos tamoios, tribo nativa do Rio.
O engenheiro doutor Nilo Gomes de Mattos; o jurista Moacir Orsini de Castro; o doutor Nilton Gonçalves e a Sra. Maria dos Anjos Aguieiras Gonçalves constituíram um casal, juntamente, com seus filhos, inclusive a filha Nilma, que foi muito importante na desenvoltura da Secretaria-Geral.
O professor Berna era um verdadeiro dínamo em relação à Causa, tendo convidado, com o apoio do presidente e do secretário-geral, mais de cem pessoas físicas e jurídicas. Convidou a Imprensa, representantes das Forças Armadas, do Clero, da Magistratura, do Magistério, do Escotismo, etc. Estavam presentes a deputada Lygia Maria Lessa Bastos, de caráter sólido, acompanhada da assessora e amiga professora Neide Ferreira; os membros do Instituto, marechal João Baptista de Mattos, que era o provedor da Irmandade; professores Sylvio Salema Garção Ribeiro,  Nélson Costa, Antônio Pimentel Winz e doutor Ivolino de Vasconcellos; jovem Pedro Paulo Martins Berna, Fiscal da Receita Estadual;  professora Maria da Conceição Noronha Fontes, normalista  Zizi Noronha Fontes (hoje Baptista), acadêmico de Direito Eduardo Joaquim Baptista Filho e o também  jovem  Nylton  Lago  Ilhas  Fontes  Filho.








Zizi, ainda normalista, conversava com o Governador Carlos Lacerda na residência do Min. Prado Kelly, numa foto da Agência Nacional.









Os jornalistas Péricles de Barros, representava o jornalista Roberto Marinho e  Hernani da Silva Flores, representava o “Diário de Notícias”; o comendador Antônio Cid Lopes, era proprietário da Torrefação União do Brasil; o escultor Cursio Zani; as professoras Edith Cabral da Mota Silveira e Lígia de Bastos Oliveira. Havia muitos convidados e grande parte deles passou a integrar a Comissão, mesclando amor e trabalho à causa. O mestre da pintura, autor de muitas telas históricas, Armando Martins Vianna; o senhor Sidney Pereira Maciel, Félix Custódio, além de muitos irmãos integrantes da Irmandade que nos cedia o Consistório para as reuniões. Os monges capuchinhos, Agatângelo de Sortino, Vital de Santa Teresa e Gaspar de Módica, também estavam presentes. À semelhança de quem na praia observa a beleza das ondas que se sucedem e  se espraiam na areia e depois se pergunta qual delas era a maior, fica sem resposta, na convivência não podíamos dizer quem foi mais importante, porque, na realidade todos davam o máximo pela causa.   Como secretário-geral, isto é, secretariando, além das assembleias, as comissões de finanças e de arte, redigia as atas, respondia ofícios e os mandava de acordo com a necessidade, chegando a redigir quase cem atas, tendo tido considerável ajuda do professor Ariosto Berna e de seu filho Pedro Paulo. Os nomes mencionados no final se igualam em valor aos que o foram citados no início. À medida que a memória, os apontamentos e a quantidade de fotos vão me fornecendo material para este blog da Internet,  com  a  maior lisura, caracterizo  a luta em prol daquele Monólito. 
O comendador Sinibaldo Macillo, sua filha Sophia Macillo Amirato, seu genro Izidoro Amirato e suas netas Rosa Esther e Shirley foram muito úteis aos trabalhos; o professor Amilcar Montenegro Osório foi utilíssimo ao Instituto e à Comissão; o doutor Júlio Louzada, radialista e parlamentar, dava grande cobertura pela “Rádio Tupi” em seu tradicional programa “A Hora da Ave Maria”, levado ao ar, ininterruptamente, às 18 horas, durante  55 anos. E, no dia a dia a campanha correspondeu à expectativa, devido à devoção do povo ao Padroeiro de nossa Cidade. Os senhores ministro Venâncio Igrejas; deputado Arnaldo Nogueira (mais adiante diretor da “Rádio Nacional”); professor Albano Raymundo da Fonseca Marques, à época diretor do Departamento de Cultura do Estado; doutor Leoberto de Castro Ferreira, Secretário de Turismo; doutor Píndaro Machado Sobrinho, presidente do Sindicato dos Contabilistas do Estado do Rio de Janeiro, sempre acompanhado de sua esposa Imar Palmeira  Machado Sobrinho; o então coronel aviador Paulo Salema Garção Ribeiro (que vinha de Natal exclusivamente para as reuniões); bancários Virgílio Nunes Ribeiro e Manoel Campos dos Santos (escrivão da Irmandade); publicitário Antenor de Araújo de Braga Silva; chefe escoteiro Victor Alexander Auguste; Ten.-Cel. Hamilton Dantas Minchetti; deputado Pedro Faria; Srs. Luiz  di Pauli, Alziro Angioni,  Francisco Mendes  Pereira,  Yolando    Pereira   de  Souza Guerra (juiz classista), Arnaldo Menezes Paiva e Rubens de Castro Caçapava; doutor Mário Lorenzo Fernandes; desembargador Oscar Costa;  doutor Joaquim Ribeiro; desembargadores Celso Lanna e César Pires Chaves; professoras Helena M. Fragoso de Mendonça, Lina Stilben (diretora do Museu da Cidade) e Olga Monteiro de Barros; jornalistas Raymundo de Athayde, Luiz Alves de Figueiredo, Hélio Fernandes, Carmen Nícia Lamoine, Abelardo de Almeida Rege e Arthur Reis Filho.       
Embora com o empenho unânime, muitos dissabores tivemos. O  primeiro propiamente dito foi quanto à escolha do local. O governador Carlos Lacerda, sem dúvida alguma, um dos maiores administradores que passaram pelo Rio de Janeiro, declarou-nos que era a favor de abertura de vias públicas, de escolas, de abastecimento de água (fez a Adutora do Guandu, considerada a obra do século),  mas era contrário a monumentos, incluindo a do Padroeiro. Mesmo com interferência de S. Ema.o  Cardeal,  deu-nos as opções de Ilha do Governador ou de Campo Grande. A muito custo, pela insistência permitiu-nos o Russel, que na ocasião era “cemitério” de veículos velhos (foto abaixo). Assim mesmo, tivemos que retirá-los e ele obrigou-nos a diminuir o pedestal em quatro metros, tendo ido ao atelier, do Sr. Zani, na rua Capiberibe, na Gamboa, verificar o trabalho.






A foto de minha autoria, ao lado, hoje seria impossível, pela passagem de água que abastece grande parte da cidade.












Veículos abandonados no Rússel; retirados para a construção do Monumento. 




Membros da Comissão Executiva para Erigir o Monumento-Altar a São Sebastião. São vistos, no  dia 21 de agosto de 1965, a partir da direita da foto, os Srs. Arnaldo Valillo,Cursio Zani, comendador Antônio Cid Lopes, Dr. Silvano Octavio de Brito, Prof. Píndaro Machado Sobrinho, Dr. Carlos Silva e Prof. Alberto Lima. À esquerda desta, o Prof.Ariosto Berna e seu filho Pedro Paulo.



Aberta a conta no Banco do Estado da Guanabara, a pedido do comendador Antônio Cid Lopes, redigi o conteúdo para a impressão da propaganda ao lado, pelo fato de que o monumento era erguido pelos devotos de São Sebastião. 





A Vokswagen representada por seus dirigentes alemães visitou Sua Eminência o Cardeal, no Sumaré, tendo ele me telefonado, pedindo-me que eu fosse ficar em sua companhia pelo fato de seus secretários estarem em missão externa importante. A maior doação fora da renomada empresa. Os três germânicos não falavam português. Dom Jaime dominava bem o alemão, obrigando-me a ficar distante, simplesmente, como um observador. O anfitrião era um cultivador de rosas, tendo oferecido ao Secretário da Volks na Alemanha uma bela rosa.






Grupo que procurou Sua Eminência o Cardeal, na antiga Catedral, na Quinta-Feira Santa, a fim de sustar a inauguração do monumento no dia 21 de abril - por não se encontrar pronto - conforme pretendera alguns, à revelia da Comissão. Após nos ouvir, Dom Jaime marcou o dia 21 de agosto. À direita do admirável Prelado, são vistos, o secretário-geral Dr. Nylton Lago Ilhas Fontes e os extraordinários Profs. Ariosto Berna, um dínamo do Instituto e da Comissão, e Alberto Lima - presidente da Comissão de Arte; e, à esquerda, os Srs. Luiz Di Pauli, desportista Silvano Octavio Fernandes de Brito e comendador Antônio Cid Lopes - um lusitano que atingira o zênite de amor às cores  verde  e  amarela..




O alicerce, ou melhor, as fundações do Monumento tiveram início, no dia 04/12/1964, sob a responsabilidade da Engenharia de Fundações S/A (ENGEFUSA), como colaboração à causa. O presidente da empresa era o Dr. Carlos Silva,.

Durante toda nossa Campanha demonstrávamos que a imagem de São Sebastião se basearia no modelo que estivera na “Ilustríssima Câmara” e que fora esculpida por um carioca; que o granito seria adquirido de uma pedreira localizada no Maciço Carioca, da Tijuca. Fomos em grande grupo à Pedreira Santo Amaro, do Sr. Amaro Branquinho, encomendar o granito, em dois blocos (devido ao transporte). Esteve presente o Sr. Arnaldo Vallilo, responsável pelo trabalho de cantaria, com a firma na rua Gen. Argolo, em São Cristóvão. O modelo em gesso foi executado pelo artista italiano Dante Croce, tendo toda a Obra ficado sob a responsabilidade da Amadeu Zani Fundição Artística e Metalúrgica Ltda. que fizera os monumentos a Deodoro da Fonseca, de Santos Dumont e tantas outras grandes obras.






Mesmo com o esforço apaixonante de todos, o monumento não ficou pronto para o dia 20 de janeiro, ano do IV Centenário do Rio de Janeiro, em 1965. Mas, para esse dia, sobre o alicerce, já concluído, por colaboração mencionada acima, colocamos o modelo do monumento, em gesso.        












Dom Jaime de Barros Câmara celebrou  a  Missa que  superlotou o Russel e o então aterro do Flamengo. 





Religiosos e leigos mesclavam-se nas adjacências, formando-se um grande semi-círculo que aumentava à medida que os minutos se sucediam.  Das imediações, interrompendo as pistas de trânsito, a massa humana cresceu consideravelmente pelo aterro, no sentido das águas da Baía de Guanabara. O frei Gaspar de Módica estava presente. Desde essa época passamos a admirá-lo pelas excelentes qualidades sacerdotais e porque, a par da missão no Altar,   já concentrava  seus esforços em levantar uma meritória obra social, em Vargem Grande.
 





Em primeiro plano, são vistos o reitor Pedro Calmon, ao centro o brigadeiro Eduardo Gomes e o general Augusto Maggessi. No segundo plano são vistas a Profª Maria da Conceição Noronha Fontes (com a flâmula da Comissão) e sua filha Zizi Noronha Fontes. Em meio a tanta gente, é visto, mais atrás, o escultor Cursio Zani.     
















Na véspera do dia que seria a inauguração, os companheiros vistos na foto, inclusive os floristas, fomos ao Monumento cobrí-lo com o cetim azul e branco, que Melucha uniu, a fim de ser descerrado no dia seguinte. Foto ao lado
 
Aproveitei para fazer esta foto em que aparecem o Sr. Cursio Zani, comendador Antônio Cid Lopes, Prof. Arioso Berna, jornalista Elias da Cruz Machado e os três florista Máximo de Freitas Marques, Antônio Monteiro e Augusto Silva.












Fui emprestado pelo TRT da 1ª Região à Comissão de Turismo, criada pela Câmara dos Deputados do Estado da Guanabara, a fim de comemorar o IV Centenário do Rio de Janeiro.
A Comissão era constituída de quatro mulheres: Lygia Maria Lessa  Bastos  (que sugeriu ao presidente da Casa, deputado Danilo Nunes, a minha convocação), Edna Lott, Adalgisa Neri e Velinda Maurício da Fonseca. O presidente da Comissão era o Dep. Levy Neves.

Os convites, por ofício e gráfico, começaram a ser endereçados ou entregues em mão. O logotipo  foi  desenhado  pelo  Prof.  Alberto Lima.



Sua Eminência, imbuído de contagiante bom humor, sorridente, se manteve o tempo todo  com a proteção de guarda-chuva. Leu o telegrama  da  mensagem do Papa Paulo VI: “Na ocorrência da inauguração do Monumento-altar dedicado a São Sebastião, protetor da Cidade do Rio de Janeiro, no IV Centenário da sua fundação, o Augusto Pontífice concede ao Eminentíssimo Pastor que apresente a todos os habitantes dessa Cidade a bênção apostólica e o penhor das graças divinas. (a) Cardeal Cicognani, Secretário de Estado do Vaticano”.







O coronel Magarinos  Torres,     representando o presidente Castelo Branco, tendo no  extremo Dom Jaime, deu-me oportunidade de fazer essa foto com  o Pe. José Gentil da Frota segurando a Relíquia histórica, vendo-se à sua direita o Prof. Ariosto Berna com a flâmula de Anchietano.




A  chuva  foi  tanta  que  o helicóptero,  no Aeroporto Santos Dumont, com meu filho Nylton a postos, com dois sacos de pétalas de rosas, não pôde alçar voo. Mesmo assim,  com a transferência da missa para o dia 1º  de março de 1966, a bênção constituiu um dia de esplendor. Enfrentando o temporal, o magnífico Coral Palestrina, completo, com seu regente Armando Prazeres de Sousa e sua assistente Sra. Adélia Galiazzi valeu-se das  ramagens das frondosas árvores da praça, mas estava galhardamente no seu posto, com seus componentes totalmente molhados. Representantes da Escola Normal Sarah Kubitschek, tendo à frente a Profa. Heliette Auler, e de outros estabelecimentos de ensino estavam firmes, totalmente encharcadas, enfrentando a água de densas nuvens que durante umas quatro horas caiu, com poucas estiagens.




Enquanto preparávamos o material a ser exibido, foi feita a fotografia do anfitrião, Dom Pedro de Orleans e Bragança, familiares e, nos extremos, os Profs. Alberto Lima e Ariosto Berna e do outro lado o Dr. Nylton Lago Ilhas Fontes e o Com. Antônio Cid Lopes.



Depois da inauguração do Monumento, a homenagem ao jubileu de prata de Dom Jaime foi lá realizada, tendo sido colocado cartazes, como o abaixo, em muitas Igrejas.




À maneira de um caríssimo carro que só se desloca diante de um motorista que ligue a ignição, a Comissão era mais tracionada por esses quatro entusiastas da Campanha, vistos na residência do professor Arioso Berna, que tinha no seu filho Pedro Paulo um grande ajudante. Da direita para a esquerda são vistos o comendador Antônio Cid Lopes (de óculos),  os professores Ariosto Berna e Alberto Lima e o doutor Nylton Lago Ilhas Fontes, secretário-geral da Comissão.      


Embora eu não fosse presidente de quaisquer comissões, mas secretário-geral, solicitei ao presidente do Instituto Brasileiro de Contabilidade, Dr. Píndaro Machado Sobrinho, este comprovante, tendo em vista que o laudo da Câmara de Peritos do Instituto, diante de toda a documentação,  fora entregue à Sra. Ondina Dantas, para a publicação no “Diário de Notícias”, tendo em vista que o Monumento fora construído com contribuição popular. O então documento não foi devolvido a fim de ser entregue ao IHGRJ.



 No dia 30 do mesmo mês,  foi  discutida  a escolha dos nomes a serem colocados nos livros de bronze. O Prof. Alberto Lima demonstrou descontentamento quanto ao excesso de nomes, o que deu motivo ao secretário-geral  lembrar que,  na  ocasião  em  que os  livros  foram  idealizados,  foi  contrário a  fazer  livros de  bronze,  limitando-se  a votar  sempre  com   a  maioria.
Esse livro foi colocado no verso do Monumento sobre a colina gramada. A Prefeitura o retirou e fez um lago, que serve para proliferação de mosquitos.


Edifício da Prefeitura que fora demolido para a abertura da Av. Presidente Vargas, sendo que em sua entrada ficava a Imagem de São Sebastião.

Em 1966, na qualidade de secretário-geral  e  um dos cinco remanescentes da Comissão que erigiu o monumento-altar a São Sebastião, levantado com a contribuição popular (prestação de contas aprovada pela Câmara de Peritos do Sindicato de Contabilistas do Rio de Janeiro), prometi aos presentes que enquanto estiver no planeta, a cada 20 de janeiro, às 10 horas, levarei rosas e orar junto ao Santo-mártir que ajudou a fundar esta Cidade maravilhosa. Faço-o, também, em memória aos mais ardorosos da causa, Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, Mals. Mendes de  Moraes e  Baptista de Mattos, Gen. Jonas Correia, Jornalistas Roberto Marinho (representado pelo Jornalista Péricles Barros), Ariosto Berna, Elias da Cruz Machado, M.Paulo Filho e Nelson Costa, Filólogo Antenor Nascentes, Brig° Paulo Salema Garção Ribeiro e Drs. Ivolino de Vasconcelos e Nelson Mufarrej. Os outros remanescentes, além de mim e minha esposa, com a qual sou casado há 58 anos, Profª Maria da Conceição Noronha Fontes,  Profs. Pedro Paulo Berna, Lygia Maria Lessa Bastos, Zayra Coutinho Chaves Duarte e Píndaro Machado Sobrinho e Jorn. Hernani da Silva Flores, mais umas duas dezenas de devotos de São Sebastião e nossos amigos vão ao nosso encontro, inclusive os Gens. Jonas Correia Filho e Job Lorena de Sant´Anna. Enorme decepção foi encontrarmos um extenso tapume à frente  e  à  direita e um considerável grupo de manifestantes contrário à construção de  um  Memorial  a  Getúlio Vargas. Sem entrar no mérito do merecimento, que  o seja noutro lugar. Aquela Praça é de São  Sebastião e  deveria  ser  um  ponto  de  atração  turística.
A abnegação de muitos supria quaisquer deficiências.  O Coral Palestrina, no palanque descoberto, de guarda-chuvas à mão, entoava seus belos cânticos. Sob a direção do maestro Armando Prazeres, os admiráveis cantores encerraram com Cidade Maravilhosa, de autoria de André Filho, pondo fim à competente e corajosa apresentação.

Pelo fato de não termos podido realizar a missa no ano das comemorações do IV Centenário do Rio de  Janeiro, devido ao fortíssimo temporal, no dia 20 de janeiro de 1966, Sua  Eminência celebrou exuberante Ato litúrgico que contou com enorme número de devotos de São Sebastião.  

ENTREGA  DE  CONDECORAÇÃO  A  AUTORIDADES 

Sua  eminência  dom  Jaime de Barros  Câmara   -  que  da  instalação  da  Comissão à  prestação  de  contas  ao  povo  - também   era  assistido  pelos  dois  secretários,  para  assuntos  religiosos   e  administrativos,  o  saudosíssimo  monsenhor  Francisco  Bessa  e  pelo  admirável  monsenhor  Ivo  Calliari,  depois  da  solenidade  dedicada  ao  Padroeiro,  procurou  restaurar  uma  lacuna:


Conforme eu prometera, desde 20 de janeiro de 1966, compareço a cada Dia dedicado a São Sebastião ao Monumento levando rosas vermelhas para orar em agradecimento.

O ex-secretário-geral, no dia 20  deJaneiro de 2000, entrega ao Pe. Sérgio Costa Couto, pároco da Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, e   representante do Cardeal D. Eugenio de Araujo Sales o cetim, em azul e branco, costurado pela Melucha, que cobrira São Sebastião, por certo para ser entregue ao Museu da Catedral.




Melucha, observada pelo meu  companheiro Nelson Martins Torres, reza e coloca nossas rosas no Monumento.





Sempre  tendo  minha  esposa ao lado, vendo-se à sua direita o saudoso Prof. Haroldo Sumner Negrão e  atrás  na direção dela o Cel. Ex. Hamilton Lima da Rocha Calado e à sua esquerda o economista Arnaldo José  Noronha e, a seguir, os  coroneis BM José Guilherme de Moraes e Geraldo dos Santos.








O italiano Dante Croce  modela a imagem de São Sebastião, com base no modelo da imagem que estivera na entrada do edifício da Prefeitura que fora demolido para a abertura da Av. Presidente Vargas.      
  

Muitos dos companheiros que me acompanham nas idas, a cada 20 de Janeiro, ao Monumento a São Sebastião, vendo-se meu inesquecível irmão Alfredo Ilhas Fontes Filho, o casal Rubem e Iêda Batista Chaves, Sebastião, Melucha e eu, Pedro Paulo Martins Berna entre outros. Ouvíamos o Pe. Sérgio Costa Couto, da Igreja N. Sra. da Glória do Outeiro. 


Caravana que foi a Aparecida levar, num jepe do  Exército, o Fêmur do Padre Anchieta.   Na foto ao lado são vistos, junto do Palácio Episcopal, ao centro, o Dr. César Salgado, presidente da Confederação das Famílias Cristãs, com sede em São Paulo, acompanhado de   sua esposa,
Veem-se à esquerda do  Dr César, o Prof.Victor Zappi Cappucci, Dr. José Ferreira de Souza, juiz classista Iolando Guerra e Prof. Ariosto Berna. À direita, o Dr. Silvano Octavio de Brito e o jovem Nylton Lago Ilhas Fontes Filho. 



Em toda a  digitação sobre o Monumento a São Sebastião, como um elo, para entrar na história do Núcleo Rio de Janeiro da Confederação das Famílias Cristãs, considerei oportuno escanear a capa do CD que me foi oferecido pelo Pe.. Robson de Oliveira, um dos  mais competentes Sacerdotes da atualidade Diariamente, pela “Rede Vida” às 17 horas, ele demonstra ser  um  dos maiores evangelizadores de nossos  dias. Sua Obra é extraordinária.


NÚCLEO RIO DE JANEIRO DA CONFEDERAÇÃO DAS FAMÍLAS CRISTÃS, fundado em Aparecida, pelo saudoso Cardeal D. Carlos Carmelo de Vasconcellos Mota, construtor do Santuário Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil.
A Associação do Divino Pai Eterno é uma Obra de Amor. O reitor do Santuário Basílica é o Pe. Robson de Oliveira.

DINAMISMO  DO  INSTITUTO  DOS  CENTENÁRIOS

Estava  caminhando  para  o registro  relativo às comemorações do 10º aniversário,  isto é,  1975,  e  sentia  que  não  poderia  continuar  a  reproduzir  as  páginas   com  a  presença  de quantos  compareceram  às  sessões,   pois  estas  foram  a  mais  de  quatrocentas  e  cinquenta,  nos  trinta anos  de  minha  luta,  e  de  uma enorme legião  de  companheiros  leais  ao  civismo e ao nosso esforço.  Compreendiam  eles  que  eu  jamais  quis  aproveitar-me  de  projeção  ou  quaisquer  vantagens   pessoais.  
Esta postagem, no blog,  como  já  ficou  dito ou o será ainda,  é  o resgate  a  confrades,  muitos dos quais  já  partiram  desta  vida  e  outros  que  ficarão  contentes.  Vão  sentir  que  sua  participação  para  o  brilho  das  cerimônias  não  ficou  esquecida.
Entretanto,  dentro do possível, farei  simples  registros  de  muitas  solenidades,  sem  contudo  mencionar  os  partícipes.

Aparvalhado com a colocação ou não do e-mail de minha filha Zizi, uma linda flor humana, querida por toda a Família e enorme legião de amigos dela e do marido Eduardo Baptista,  tendo em vista que ela apanhara, numa gaveta de minha estante, essas medalhas e condecorações, que eu recebera através dos anos de luta cívica, supondo que elas fossem jogadas fora depois de minha saída da vida terrena, deixo este registro a julgamento de quantos privaram de minha intimidade, por saberem que nunca coloquei em prática uma atitude insinuando qualquer reconhecimento. 


Os saudosos deputado Anésio Frota Aguiar, Frei capuchinho Antônio Kerginaldo Memória (por muitos anos foi o Vigário da Catedral de Petrópolis), e embaixador Donatello Grieco; Sr. Sebastião da Rocha Pereira; bispo auxiliar do R.J. Dom João d´Avila Moreira Lima; senador Benjamin Farah; coroneis BM Milton Luiz Portela Leitão e Nilton de Barros  Júnior;  Sra. Therezinha  Macedo Pires  Berna;  Gráfico José Cecílio de Salles; Profª Eliezita Maria Fontes Santos; doutor  Carlos dos Santos Pinheiro; coronel BM José Guilherme de Moraes Neto; embaixador Vicente Paulo Gatti; professora Zoraida Ribeiro Hohn; doutora Sebastiana Arruda Costa; casal doutores Rubens Baptista Chaves e Iêda Beltrão Chaves; Dr. Ítalo de Saldanha da Gama; Profas. Hilda Cunha Gonçalves e Thereza Lopes; Drª. Neyde C. de Castro Leal; Drª. Juracy Arruda Costa; Cel. Ex. Renato Ribeiro da Silva; e Profª Maria Helena Arruda.

A relação de pessoas convidadas para discursar, nos 20 de Janeiro:
Profª Alda Pereira Pinto    
Min. Venâncio Igrejas
Prof. Durval Lobo
Gen. Umberto Peregrino
Prof. Albano Raymundo da Fonseca Marques
Dr. Píndaro Machado Sobrinho
Comendador Antonio Saldanha de Vasconcellos
Dr. Henrique Candido Cavalcanti de Albuquerque
Prof. Trajano Garcia Quinhões
Profª Maria da Conceição Noronha Fontes (Melucha)
Profª Edith Cabral da Mota Silveira
Cap. BM Edson Dias Fontes
Frei Antonio Kerginaldo Memoria
Frei Gaspar de Modica
Profª Rosah Faria Cavalcanti de Albuquerque
Profª  Zayra Coutinho Chaves Duarte
Prof. Trajano Garcia Quinhões
Gen. Job Lorena de Sant´Anna
Jurista Adelmy Cabral Neiva
Profª Maria Eugênia Carneiro da Cunha e Melo
Profª Umbelina de Mattos Lorena de Sant´Anna
Empres. de Turismo Ligia de Bastos Oliveira
Cardeal D.Jaime de Barros Câmara
Prof. Antenor Nascentes
Prof. Ariosto Berna
Gen. Jonas Correia Filho
Jorn. Elias da Cruz Machado
Profª Lygia Maria Lessa Bastos     


CARTAS DOS LEITORES DO JORNAL O GLOBO


Desrespeito ao Padroeiro


          Em 1966, na qualidade de secretário-geral  e  um dos cinco remanescentes da Comissão que erigiu o monumento-altar a São Sebastião, levantado com a contribuição popular (prestação de contas aprovada pela Câmara de Peritos do Sindicato de Contabilistas do Rio de Janeiro), prometi aos presentes que enquanto estiver no planeta, a cada 20 de janeiro, às 10 horas, levarei rosas e orar junto ao Santo-mártir que ajudou a fundar esta Cidade maravilhosa. Faço-o, também, em memória aos mais ardorosos da causa, Cardeal Dom Jaime de Barros Câmara, Mals. Mendes de Moraes e  Baptista de Mattos, Gen. Jonas Correia, Jornalistas Roberto Marinho (representado pelo Jornalista Péricles Barros), Ariosto Berna, Elias da Cruz Machado, M.Paulo Filho e Nelson Costa, Filólogo Antenor Nascentes, Brig° Salema Garção Ribeiro e Drs. Ivolino de Vasconcelos e Nelson Mufarrej. Os outros remanescentes, além de mim e minha esposa - com a qual sou casado há 58 anos, Profª Maria da Conceição Noronha Fontes,  Profs. Pedro Paulo Berna, Lygia Maria Lessa Bastos, Zayra Coutinho Chaves Duarte e Píndaro Machado Sobrinho e Jorn. Hernani da Silva Flores, mais umas duas dezenas de devotos de São Sebastião e nossos amigos vão ao nosso encontro, inclusive os Gens. Jonas Correia Filho e Job Lorena de Sant´Anna. Enorme decepção foi encontrarmos um extenso tapume à frente  e  à  direita e um considerável grupo de manifestantes contrário à construção de  um  Memorial  a  Getúlio Vargas. Sem entrar no mérito do merecimento, que  o seja noutro lugar. Aquela Praça é de São  Sebastião e  deveria  ser  um  ponto  de  atração  turística.
                                                                                         
                                                                                          professor  aposentado
                                                                                         (por fax,     28/01)




Dentro da programação comemorativa do V Centená rio do Descobrimento da América, o Instituto dos Centenários, com o apoio do Clube Naval, promoveu  uma exposição de telas e esculturas. São vistas as Sras. Filomena Soares, Melucha (autora da tela que está na altura do ombro da primeira mencionada), eu e Sônia de Morais, de blusa branca.  
Muitos eram constantes, outros menos, no entanto, o número era expressivo. Prof. Haroldo Sumner Negrão; afilhado do Frei Gaspar, Antônio Carlos Lentini; Thereza Lopes, Lígia de Bastos Oliveira; Gen. Job Lorena de San´Anna e  maestro da Banda do Corpo de Bombeiros, Luiz Vianna.